Barulhinhos vindos da boca pertubava o sono das gêmeas orelhas.
Por estarem presas a cabeça elas não tinham como sair de lá para reclamar do barulho.
Tiveram que pedir ajuda ao vizinho mais ou menos próximo: o nariz.
Este, oh coitado, cheirava demais.
Mesmo já tarde, ele continuava acordado tentando decifrar que cheiro maravilhoso era aquele que vinha da boca.
- Você não está ouvindo? Perguntou a orelha direita.
- Eu não. Eu estou cheirando! Respondeu de forma empinada o nariz.
- Você não está ouvindo? - Perguntou a orelha esquerda.
- Já falei que não. Eu estou cheirando! Está surda?
E quando parecia que iam brigar
Os olhos se abriram.
- Eu estou vendo vocês. Por favor, não briguem. O que está acontecendo?
- Há algo na boca! - Todos falam.
- Ei, boca. Boca? Ei, boca, se abra. Abra-te-boca! Ei, nariz, provoca um espirro pra ver se ela se abre.
As idéias eram muitas, mas nada da boca se mexer.
Ficaram assim, na mesma situação, até a noite chegar e com ela o sono.
Num momento tão esperado de bocejo, a boca se abre.
Todos gritam!
- Ei, boca, o que você tem ai? Ham? Hein?
- Eu ouvi um barulhinho estranho. - disse a orelha.
- Eu senti um cheiro maravilhoso - disse o nariz.
- Eu percebi você mastigando - disseram os olhos.
Sonolenta a boca responde:
Xi... eu não ouvi nada. Não senti cheiro nenhum e nem vi nada. Mas que tava gostoso, tava.
E decepcionados todos silenciaram.
Ei, tá curioso, né? Basta ler o título ao contrário.... assim você descobrirá.
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