quarta-feira, 4 de maio de 2011

Atnem Ed Ahlitsap

Por demais apurado, o ouvido ouvia demais...

Barulhinhos vindos da boca pertubava o sono das gêmeas orelhas.

Por estarem presas a cabeça elas não tinham como sair de lá para reclamar do barulho.

Tiveram que pedir ajuda ao vizinho mais ou menos próximo: o nariz.

Este, oh coitado, cheirava demais.

Mesmo já tarde, ele continuava acordado tentando decifrar que cheiro maravilhoso era aquele que vinha da boca.

- Você não está ouvindo? Perguntou a orelha direita.

- Eu não. Eu estou cheirando! Respondeu de forma empinada o nariz.

- Você não está ouvindo? - Perguntou a orelha esquerda.

- Já falei que não. Eu estou cheirando! Está surda?

E quando parecia que iam brigar

Os olhos se abriram.

- Eu estou vendo vocês. Por favor, não briguem. O que está acontecendo?

- Há algo na boca! - Todos falam.

- Ei, boca. Boca? Ei, boca, se abra. Abra-te-boca! Ei, nariz, provoca um espirro pra ver se ela se abre.

As idéias eram muitas, mas nada da boca se mexer.

Ficaram assim, na mesma situação, até a noite chegar e com ela o sono.

Num momento tão esperado de bocejo, a boca se abre.

Todos gritam!

- Ei, boca, o que você tem ai? Ham? Hein?

- Eu ouvi um barulhinho estranho. - disse a orelha.

- Eu senti um cheiro maravilhoso - disse o nariz.

- Eu percebi você mastigando - disseram os olhos.

Sonolenta a boca responde:

Xi... eu não ouvi nada. Não senti cheiro nenhum e nem vi nada. Mas que tava gostoso, tava.

E decepcionados todos silenciaram.


Ei, tá curioso, né? Basta ler o título ao contrário.... assim você descobrirá.